Alves dos Reis

Filho de um cangalheiro falido o lisboeta Artur Virgílio Alves dos Reis (1898-1955) morreu pobre, mas entrou para a história por ter arquitectado a maior contrafacção de notas do Banco de Portugal de sempre. 

Alves dos Reis
Alves dos Reis

Aos 18 anos falsificou um diploma de Oxford, que o certificava como engenheiro e lhe valeu a colocação em Angola, onde chegou a director da Companhia dos Caminhos-de-Ferro de Moçâmedes.

No regresso a Lisboa, envolveu-se num esquema de cheques sem cobertura e desfalque, e esteve 54 dias na prisão. Aí engendrou o seu plano, cuja primeira etapa consistia em falsificar um contrato em nome do Banco de Portugal (BdP).

No inicio de 1925, com a ajuda de vários cúmplices notáveis, entre eles um espião alemão, um homem de negócios holandês e o irmão do embaixador em Haia, conseguiu convencer a casa impressora do Banco de Portugal, a britânica Waterlow & Sons Limited (WSL), a produzir 200 mil notas de 500 escudos com a efígie de Vasco da Gama, correspondente a 1% do valor do PIB português.  


nota de 500 escudos com a efígie de Vasco da Gama

A burla foi revelada a 5 de Dezembro de 1925 pelo jornal o Século, e Alves dos Reis foi preso no dia seguinte (só seria libertado em 1945). 

Depois do escândalo, o BdP retirou de circulação todas a notas de 500 escudos e, em 1932, ganhou uma acção judicial contra a WSL em Inglaterra (a empresa faliu pouco depois, tendo sido adquirida por De La Rue). 

Em 2005, uma das notas falsas foi arrematada num leilão por 7.500 euros.





Comentários

Mensagens populares deste blogue

TRABALHO: Posto de trabalho excedentário

Gaya Human Experience: O Primeiro Festival Sustentável em Portugal

O Capital Humano é Fundamental para o Sucesso das Organizações