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A mostrar mensagens de maio, 2023

Morri com tanta informação

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  Escrevo este pequeno texto num contexto de dilúvio de informação digital. Nesta era da torrente digital, vejo-me mergulhado num rio rápido tentando manter-me à tona. O rio que transporta a água a correr é o caudal de informação que importa receber, como se de uma vacina obrigatória se tratasse. São as notícias em catadupa, umas desmedidamente mediáticas, outras perdidas no olho do furacão, mas consideradas com algum interesse. Logo aí, se torna difícil distinguir o que interessa no meio do palheiro. O mesmo já sucedia com as centenas de canais de televisão oferecidos pela operadora, sabendo eu que só posso consumir um canal de cada vez e ainda por cima apenas meia hora diária. É a partir do telemóvel que entram os alertas de novas mensagens e mudanças de estado nas redes sociais, obrigando a interromper o que estou a fazer para verificar o que aconteceu desta vez. Afinal foi alguém da alta sociedade que decidiu separar-se ou foi o gato que ficou preso na árvore ou ain...

um inesperado livro de auto-ajuda

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Charles Bukowski era alcoólico, mulherengo, viciado em jogo, malcriado, parasita, vadio e, nos dias piores, poeta.  Seria, provavelmente, a última pessoa no mundo a quem pedir conselhos de vida ou que se esperaria encontrar num livro de autoajuda. É isso que o torna um ponto de partida perfeito. Bukowski queria ser escritor. Porém, durante décadas, o seu trabalho foi rejeitado por praticamente todas as revistas, jornais, boletins, agentes e editores a quem o submeteu. Diziam-lhe que era horrível. Defeituoso. Repugnante. Depravado. E, enquanto a pilha de cartas de rejeição crescia, o peso dos fracassos empurrou-o para uma profunda depressão alimentada a álcool que o acompanharia durante a maior parte da vida. Bukowski trabalhava durante o dia como carteiro. Ganhava um salário de m*rda e gastava quase tudo em copos. Com o que sobrava, apostava nas corridas. À noite bebia sozinho e, por vezes, martelava poesia na sua velha máquina de escrever desconjuntada. Acordava muitas...